quarta-feira, 11 de novembro de 2015

A Servidão Moderna

A servidão moderna é um livro e um documentário de 52 minutos produzidos de maneira completamente independente; o livro (e o DVD contido) é distribuído gratuitamente em certos lugares alternativos na França e na América latina. O texto foi escrito na Jamaica em outubro de 2007 e o documentário foi finalizado na Colômbia em maio de 2009. Ele existe nas versões francesa, inglesa e espanhola. O filme foi elaborado a partir de imagens desviadas, essencialmente oriundas de filmes de ficção e de documentários. 

O objetivo principal deste filme é de por em dia a condição do escravo moderno dentro do sistema totalitário mercante e de evidenciar as formas de mistificação que ocultam esta condição subserviente. Ele foi feito com o único objetivo de ATACAR DE FRENTE A ORGANIZAÇÂO DOMINANTE DO MUNDO.

Não devemos deixar que o inimigo nos vença, as antigas discussões de capela no campo revolucionário devem, com toda nossa ajuda, deixar lugar à unidade de ação. Deve-se duvidar de tudo, até mesmo da dúvida.

Capítulos do Filme e do Livro:
I: Epigrafo
II: A servidão voluntária
III: A organização territorial e o habitat
V: A Alimentação
VI: A destruição do meio ambiente
VIII: A colonização de todos os setores da vida
IX: A medicina mercantil
X: A obediência como segunda natureza
XI: A repressão e a violência
XII: o dinheiro
XIII: Não há alternativa na organização social dominante
XIV: A imagem
XV: A diversão
XVI: A linguagem
XVII: A ilusão do voto e da democracia parlamentar
XVIII: O sistema mercantil totalitário
XIX: Perspectivas
XX: Epílogo

O texto e o filme são isentos de direitos autorais, podem ser recuperados, divulgados, e projetados sem nenhuma restrição. Inclusive são totalmente gratuitos, ou seja, não devem de nenhuma maneira ser comercializados. Pois seria incoerente propor uma crítica sobre a onipresença das mercadorias com outra mercadoria. A luta contra a propriedade privada, intelectual ou outra, é nosso golpe fatal contra a dominação presente.

Este filme é difundido fora de todo circuito legal ou comercial, ele depende da boa vontade daqueles que asseguram sua difusão da maneira mais ampla possível. Ele não é nossa propriedade, ele pertence àqueles que queiram apropriar-se para que seja jogado na fogueira de nossa luta.


http://www.delaservitudemoderne.org/texto-po.html



quarta-feira, 8 de julho de 2015

Muito além do cidadão Kane

Reflexões sociológicas
Esse documentário denuncia o monopólio da informação e do uso político deste, exercido no Brasil pela mídia em geral e pela Rede Globo em particular.

O monopólio da informação é um mecanismo complexo e não se limita à esfera da produção e se exerce principalmente sobre a circulação e sobre a massificação das obras, que repercurte diretamente no processo de ideologização.


O filme foi produzido de forma independente com apoio da BBC, TV pública britânica, e se baseia nos trabalhos de Romero Machado “A fundação Roberto Marinho” e Daniel Herz “A história secreta da Rede Globo”, que documentam os processos de formação e funcionamento da referida empresa.
da referida empresa.
Referência: 


"Um simples ato de carinho, cria uma onda sem fim."


Num exemplo emocionante de como o bem vem em ondas, e precisamos mantê-las em movimento. Perfeito!

sábado, 18 de abril de 2015


Um debate em torno de Han-Joon Chang.

                                   Jonas Masiero.

O professor sul-coreano Ha-Joon Chang, ensina política econômica na universidade de Cambridgen na Inglaterra. Escreve desde os anos de 1990 sobre economia do desenvolvimento, capitalismo, propriedade intelectual e indústria.É atualmente um dos mais reconhecidos economistas heterodoxos, contrário aos princípios liberais de não intervenção do estado na economia . Sua Crítica ao capitalismo contemporâneo está sempre na avaliação histórica que faz sobre a evolução desse sistema socioeconômico, que ainda considera o melhor sistema de produção e trocas criados pelos seres humanos, apesar das crises que lhe são próprias. Em seu livro Chutando a Escada: a estratégia do desenvolvimento em perspectiva histórica, de 2002, mostra como os países desenvolvidos estão "chutando a escada" pela qual subiram ao topo, ao impedir que países em desenvolvimento adote as políticas e as instituições que eles próprios usaram.       

Ha-Joon Chang, através de suas teorias e obras adentra a um espaço de discussão sobre a intervenção do estado na economia.Seguem abaixo uma entrevista de Ha-Joon Chang e dois textos um de Ignacio Ramonet em defesa das teses do economista sul-coreano e um texto contrário de Rodrigo Constantino. Após a leitura dos dois textos, elenque os principais argumentos favoráveis e contrários e posteriormente apresente sua opinião sobre as teses de Ha-Joon Chang.



Retirar a escada 


Ignacio Ramonet



Conheci Ha-Joon Chang há alguns anos durante um colóquio sobre a globalização liberal organizado pela Unesco em Paris. Jovem e brilhante, este professor da Faculdade de Economia da Universidade de Cambridge (Reino Unido) nasceu na Coréia do Sul. Suas idéias, já naquela ocasião, pareceram-me muito apaixonantes por seu atrevimento, originalidade e heterodoxia. Acabaram alimentando a minha própria reflexão sobre os desvarios e excessos do neoliberalismo e da globalização.



Agora que estamos às vésperas da reunião de cúpula da Organização Mundial do Comércio (OMC), que começará em Hong Kong no próximo dia 13 de dezembro, voltei a conversas com Ha-Joon Chang e de novo fiquei impactado por suas análises na contra-corrente do pensamento econômico hegemônico.



As teses principais da OMC, defendidas por Washington e Londres, sustentam que o livre comércio constitui um remédio universal para qualquer economia, enquanto que o protecionismo comercial seria o pior que poderia ocorrer aos países e a seus habitantes.



O amigo Ha-Joon Chang pensa exatamente o contrário. Em sua obra ¿Retirar la escalera¿ (Retirar a escada, editado por Los Libros de la Catarata, Madrid, 2004), mostra que, contra a pretensão dos ingleses e dos norte-americanos de terem sido mais ou menos os inventores do livre comércio, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos foram os países mais protecionistas do mundo nos séculos XVIII e XIX. Ha-Joon Chang nos lembra que o principal argumento protecionista ¿ o ¿argumento infantil industrial¿ ¿ foi desenvolvido por ninguém menos que o secretário do Tesouro dos EUA, Alexander Hamilton, em seu informe ao Congresso de 1791.


Hamilton afirmava que, do mesmo modo que devemos proteger e alimentar nossos filhos até que possam entrar no mundo e competir com os adultos, os países em desenvolvimento necessitam proteger e sustentar suas indústrias até que sejam sólidas e possam competir nos mercados mundiais.

Se um país em vias de desenvolvimento ingressa no livre comércio antes de ter consolidado suas capacidades tecnológicas, poderá ser um bom produtor de café ou de roupa barata, mas a possibilidade de se transformar em um produtor de automóveis de qualidade ou de produtos eletro-eletrônicos rondarão o zero. A Grã-Bretanha e os EUA usaram durante décadas uma ampla gama de medidas protecionistas tais como os subsídios diretos e indiretos, tarifas aduaneiras, regulação de preços, propriedade estatal de bancos e de indústrias, etc.

Por isso, quando os países ricos aconselham hoje aos mais pobres, dizendo-lhes que o livre comércio e o livre mercado são as rotas ideais para a prosperidade, o que estaria demonstrado pela história, o que fazem, na verdade, é ¿retirar a escada¿ com a qual ascenderam rumo à prosperidade.

Ha Joon Chang toma emprestada essa metáfora do economista alemão do século XIX, Friedrich List, que afirmava que os países ricos, uma vez alcançada a prosperidade através da escada do protecionismo, se apressariam a dar-lhe um bom pontapé para que ninguém mais pudesse alcançá-los. Ele acrescenta que os países ricos reescreveram a história da mesma maneira que Stalin, quando este suprimiu as fotografias de Trotsky e de outros inimigos políticos, para que ninguém soubesse como conseguiram efetivamente enriquecer.


Tradução: Marco Aurélio Weissheimer


http://cartamaior.com.br/?/Coluna/Retirar-a-escada/20002


O Mito do protecionismo esclarecido.



                                                                                Rodrigo Constantino.
Alguns leitores perguntam se vi a entrevista do coreano Ha-Joon Chang na Globo News ontem. Não vi. Mas posso imaginar o teor de seu discurso. Já li seu livro Maus Samaritanos, e artigos sobre sua tese do “chutando a escada”. Nada mais que o velho mercantilismo de Friedrich List requentado.
Aliás, aproveito para fazer um breve parêntese: a Globo News, assim como o jornal Valor Econômico, tem dado uma guinada escancarada ao esquerdismo, não acham? O jornal até dispensou recentemente um dos melhores colunistas, Alexandre Schwartsman, sem explicação alguma. Estranho… mas fecho o parêntese.
Voltando ao coreano, segue a resenha crítica que escrevi de seu livro para a revista gaúcha Amanhã, publicada em 2009. Acho que ficará mais claro o que penso de suas ideias, e arriscaria dizer que deve rebater seus pontos na entrevista da Globo News também:
O Mito do Protecionismo Esclarecido
Uma coletânea de falácias. Assim pode ser resumido “Maus Samaritanos”, o novo livro de Ha-Joon Chang, que defende o protecionismo estatal contra o livre-comércio. O “novo desenvolvimentismo” de Chang é apenas o velho mercantilismo.
A tese do livro é que os países ricos se desenvolveram graças ao protecionismo estatal. Agora, eles pretendem “chutar a escada” e impedir o acesso aos países pobres. Para tanto, contam com um poderoso aparato de neoliberais – os “maus samaritanos”. Assim, a privatização, a redução da burocracia, um banco central menos politizado, o combate á inflação, a abertura comercial e o equilíbrio orçamentário do governo seriam medidas prejudiciais aos países pobres, defendidas pelos neoliberais por interesse ou ignorância. A “Trindade Profana”, representada pelo FMI, OMC e Banco Mundial, seria a principal arma deles.
Contra a “mão invisível” do mercado, seria necessária a “mão benevolente” do governo. Trata-se do velho dirigismo estatal, a crença de que o Estado deve assumir a locomotiva do desenvolvimento econômico. Chang parece acreditar que um “déspota esclarecido” irá decidir qual protecionismo é desejável, e tomar medidas sempre com o “bem-comum” em mente. O governante será clarividente e honesto, uma espécie de “rei filósofo” platônico. Chang acredita no paternalismo estatal, e chega a fazer uma analogia entre a proteção ao seu filho de seis anos até a maturidade, e a proteção do governo às “empresas nascentes”. O governo é o pai do povo.
Os países ricos deveriam aceitar o protecionismo dos mais pobres sem reclamar, pois são mais ricos. Um dos problemas disso é que o protecionismo não beneficia os países pobres, mas sim grupos ricos desses países. É análogo ao marxismo dentro de cada nação: atacar os mais ricos não favorece os mais pobres, e sim o contrário. Outro problema desse raciocínio é que o protecionismo seria desejável dentro da nação também. Cada estado deveria proteger suas indústrias para garantir seu desenvolvimento. A lógica poderia continuar: cada bairro deveria fazer o mesmo. No extremo, acaba-se concluindo que a auto-subsistência do indivíduo pode ser desejável.
Chang confunde correlação com causalidade, citando fases protecionistas com bons resultados, e afirmando que as reformas neoliberais geraram as crises. A falácia desse raciocínio é que o crescimento apenas hipotecou o futuro. Após uma era de crescimento artificialmente gerado pelos gastos estatais, um ajuste se faz necessário. Mas Chang prefere condenar o termômetro pela febre. Ele ataca os sintomas expostos pelo mercado, em vez das causas plantadas pelo desenvolvimentismo.
Se há protecionismo nos países desenvolvidos, então ele é causa do sucesso. No livro, “aprendemos” que Taiwan, Cingapura, Irlanda, Estados Unidos, Inglaterra e Suíça são exemplos de sucesso do protecionismo esclarecido, e que Argentina, Brasil e Rússia são casos de fracassos do neoliberalismo. Quanta inversão!
Chang posa como o “bom samaritano” em defesa dos países pobres, mas, na verdade, ele é apenas o defensor dos ricos desses países. Seu discurso protecionista seria abraçado com empolgação pelos grandes empresários interessados em barrar a livre concorrência. Com “bons samaritanos” como o senhor Chang, os pobres não precisam de inimigos!

terça-feira, 7 de abril de 2015

O Legado do economista argentino Raúl Prebisch.



O historiador e professor da Universidade de Nova York, Edgard Dosman, é o autor da biografia sobre um dos principais nomes da economia do século XX. Dosman avalia os principais feitos de Prebisch e sua influência na economia mundial moderna.